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Caótica Cap.1 "A FESTA"

Lorena teve seu o coração feito em pedaços por Alex, Seu primeiro namorado e único amor.
O que Lorena não sabia é que nessa história só ela realmente estava vivendo este sentimento,já Alex não.
Depois de ser largada do nada, sem nem ao menos uma boa explicação, Lola tem a certeza de uma coisa:
Alex não só partiu seu coração,como levou com ele toda sua crença em viver um amor verdadeiro.
pelo menos até ela conhecer Lucas...




Lola
Era festa e eu só queria curtir.
Curtir a batida do som,
Curtir para não lembrar que tinha terminado com o Alê,
Curtir...para simplesmente tentar esquecer que logo ele também estava ali.
Foi aí que decidi sair da parede onde eu estava encostada e ir até o  bar-man lhe pedir um enorme copo de bebida.
Saí então com o copo balançando pela mão,andando para o meio da pista e dancei.
Ah, Como dancei!
Dancei como nunca  na minha vida.
Se estava bom ou rídiculo eu nao sei, o que sei é que estava sim funcionando e a cada gole de alcool na boca eu esquecia mais e mais o que estava no coração: a DOR
 Acabou...
Como ele pode fazer isso comigo?
Quase 3 anos juntos,acreditando nele,acreditando que ele me amava pra acabar assim?
Eu pensei olhando para meu copo vazio e logo fui pedir mais um.
fiz o mesmo caminho e  voltei para pista com meu copo cheio na mão.
Ai meu Deus, oque eu estou fazendo???
Eu  pensanva nisso de 5 em 5 segundos já que não bebia coisa nenhuma, pra falar a verdade nem água direito eu bebia,mas lá estava eu tomando um porre de amor!!!
 E tomei o segundo copo, o terceiro e o  quarto....
Nossa... Ele nem olha pra mim!
Olha ele todo feliz dançando com aquela oferecida,loira falsa,vádia que...
Nãooooo, nãooo..Deus,faz ele parar!ele nao vai...
Se ele beijar ela aqui,na minha frente eu não vou aguentar!
Minha garganta estava apertada,meu coração acelerado,meus olhos doíam vendo ele passar suas mãos no corpo dela,mãos essas que tantas vezes percorreram o meu corpo.
Por favor,por favor,por favor...não beija ela Alex,por favor!
Ele beijou a beijou.
Um beijo longo e íntimo,parecia que eles iam tirar a roupa ali mesmo  e se acabar nos braços um do outro.

Desgraçado,a gente mal tinha terminado!!!
Caramba, o que se faz diante disso?                                                            
Minha noite tinha sido detonada pela visão de ver a língua do Alê sendo engolida por aquela garota .
Eu queria ir lá e dar um soco na cara dele,
perguntar porque tudo isso,pra que fazer isso na minha frente sem se importar com meus sentimentos???
Ele sabia que mesmo que tudo tenha acabado,o meu amor por ele não.
Eu amava estar com ele,amava seus beijos,seu toque,amava como ele me fazia sentir,hoje eu odeio o sentimento que ele me provoca.
Eu não estava aguentando mais, as lágrimas eram mais fortes que eu e estavam querendo se deixar mostrar e antes que ele me visse chorando por ele, decidi ir embora.
A minha cabeça doía muito,estava com tonturas e meu estômago se contorcia de um lado para o outro, dando mil cambalhotas.
 Naquele momento eu não sabia se era por causa de tanta bebida ou por causa da cena que eu tinha acabado de presenciar e se repetia e se repetia... como flashes borrados e confusos,mas não paravam de passar em minha mente.
Me virei para me retirar da multidão e logo em seguida senti alguém me agarrar  pela cintura,
me apertou forte, mas não o bastante para me machucar.
-Você está bem?
Uma voz desconhecida e ardente  sussurrou no meu ouvido .


Lucas


Era festa, de quem? Eu não sei.
Alguns dos caras com quem eu ando agora vinham e me chamaram.
No lugar de eu ficar pirando em casa pensando em como minha vida está e em tudo que deixei para trás na minha antiga cidade, eu aceitei o convite e vim.
Quando meu pai disse que nós iríamos nos mudar para a cidadezinha que minha mãe nasceu, eu achei que
Ele devia ter fumado alguma coisa, mas não, ele estava sóbrio, sério, decidido.
Papai me disse que não aguentava aquela casa, não sem minha mãe dentro dela , não sem ela para preencher cada cômodo com sua alegria, não quando essa casa parecia tão grande e o fazia se sentir tão vazio.
Mamãe morreu a quase 6 meses atrás quando teve um ataque fulminante no coração.
 Eu estava na faculdade, meu pai trabalhando e quando em fim eu cheguei em casa, era tarde demais...
ela já estava morta.
É claro que eu estava sofrendo e claro que até culpado eu me sentia, se eu tivesse chegado mais cedo...
Quem sabe eu podia salva-la, mas eu não cheguei a tempo, meu pai também não e ela morreu sozinha.
Apesar de tudo isso, eu não queria sair da minha casa, muito menos da minha cidade, onde eu tinha meus amigos, faculdade e até meu trabalho meia boca.
Meu pai devia estar mesmo louco, ele estava dizendo que ia deixar para trás nossa casa, seu trabalho estável que me lembro dês de sempre, nossa vida.
E quando eu lhe perguntei o porque de ir logo morar em uma cidade do interior onde minha mãe nasceu, porque larga tudo aqui, porque sair de um lugar cheio de lembranças e ir logo para outro com lembranças dela também,  ele me disse:
-Lucas, ela amava aquele lugar, me contava histórias de quando era criança e pegava flores para colocar em seus cabelos no jardim de sua casa, subia em uma enorme pedra na casa do vizinho para pegar manga do pé, me dizia que tinha praias lindas, como o paraíso, onde você poderia se perder e nunca mais querer ser achado.
 Ela era muito feliz aqui, onde construímos nossa vida juntos, nossa família, mas nunca esqueceu de lá.
-Sua mãe queria voltar para aquela cidade encantadora e sempre me pedia para que um dia fôssemos, lhe fiz essa promessa varias vezes, mas sempre estava trabalhando e me arrependo tanto disso Lucas.
Ouvi meu pai contar tudo isso com tanto dor em seus olhos, ele se sentia culpado pela morte da minha mãe, se sentia culpado por não ter cumprido a promessa que, se ele quisesse facilmente conseguiria,claro, se não trabalhasse tanto.
Papai continuou sua explicação.
-Aqui meu filho, nesta casa, eu tenho cada lembrança viva todos os dias, eu indo trabalhar, lhe dando um beijo e dizendo que mais tarde nos veremos.Ela me olhando com toda ternura e confirmando que sim com um sorriso, depois tudo muda... Você me ligando, eu correndo do trabalho, ela naquela ambulância, ela estando morta.. Não dá Lucas, não dá! Eu falhei com a Mariza, mas vou fazer meu melhor para cumprir a minha promessa, quero continuar perto das lembranças da sua mãe, onde eu não tenha lembranças ruins, mas saiba que ela está perto, por isso está decido, vamos nos mudar!
Foi aí que eu disse tchau São Paulo e oi interior do Rio de Janeiro.
Tínhamos vendido nossa casa, meu pai por seus muitos anos de trabalho fez uma negociação para ser dispensado de ser o gerente financeiro da empresa da qual por muitas vezes parecia viver por ela e assim poder assumir de vez a sua loucura.
 Já eu ia deixar meus amigos, minha casa, as garotas, a cidade que eu conhecia dos pés a cabeça,tudo o que era conhecido e estável, para o desconhecido e de pernas para o ar, mas o velho estava precisando disso para se sentir em paz e eu queria ajudar.
Então agora eu estava aqui na festa de um desconhecido com o Marcelo e o André.
A música é boa, uma batida eletrizante que dá vontade de tirar os pés do chão e deixar a música me levar, mas eu não faço isso, eu continuo parado em um canto da parede com um copo de bebida, acompanhado do André e o Marcelo. 
-Cara, olha aquela garota dançando. André grita pra gente chamando nossa atenção para a menina no meio da pista.
Na hora que eu  olhei, a primeira coisa que eu percebi é que ela parecia uma maluca se requebrando toda

e isso me fez rir.
 Depois olhando bem pra ela, já não me parecia tão maluca.
A garota estava de olhos fechados com uma expressão concentrada na música, ela levantava seus braços para o alto e balançava a cabeça de um lado para o outro no qual fazia seu cabelo longo e negro esvoaçar.
Ela balançava seus quadris no qual me chamou atenção para aquela cintura curvilínea e sua bunda apertada naquele jeans justo, meu Deus... Eu pirei.
A garota abaixou as mãos ainda de olhos fechados e deu varias goladas em seja lá o que ela estava bebendo,girava o corpo de um lado para o outro, sorrindo... Que sorriso lindo, naquele rostinho de menina.
A batida da musica mudou fazendo com que ela começasse a pular no qual me chamou a atenção para os seus seios naquela blusinha branca com um leve decote "V", Seus seios eram grandes e eu pensei se caberiam perfeitamente na palma da minha mão.
Nossa, eu me senti um pervertido no tanto que essa desconhecida me fazia pensar só de olhar para ela.
-Cara, ela tá doidona,deve tá chapada, mas é gostosa!
Ouvindo os risos dos meus amigos e o Marcelo falando dela, me fez sair do meu transe.
De repente ela abriu os olhos, pareciam tão negros quanto o seu cabelo.
A garota olhou para o seu copo e depois para um casal dançando, saiu da pista e foi até o bar, pegou mais um copo, e outro e outro...
-Lucas, vou chegar naquela gracinha ali, , já volto.
Me fala o Marcelo olhando uma loira bonita sorrindo pra ele.
-Vai lá cara, sem problemas.
Nesse ponto eu estava sozinho, André já tinha sumido algum tempo dando a desculpa de ir no banheiro, mas acho que ele foi fumar alguma porcaria e o Marcelo agora estava se agarrando com a loira e eu estava aqui parado como um babaca e não tirava os olhos da garota maluca.
Eu percebi que ela não tirava os olhos do casal na pista, um cara alto, branco, cabelo castanho claro e olhos escuros que não saia de perto da loira mediana,também branca, cabelo comprido e escorrido, olhos verdes eu acho e um vestido justo e curto.
O casal se beijou, um beijo longo e íntimo e as mãos do cara percorriam todo o corpo da garota.
Olhei para a minha garota maluca, ela estava congelada, com cara de horror, sua boca estava repuxada para o lado de tanto que ela mordia o canto dos lábios e seus olhos estavam maiores e molhados.
Ela conhecia esse casal, ela conhecia esse maldito cara.
Minha garota maluca continuava olhando o casal em seu beijo explícito, raiva passou para aquele rostinho assustado e logo depois tristeza, muita tristeza.
Ela enxugou uma lágrima que ia rolar de seus olhos olhando para a saída, ela ia embora eu percebi.
Sem nem ao menos pensar fui andando em sua direção com pressa, eu não queria perdê-la.
 Ela se virou para ir embora e nesse momento por impulso ou desespero eu agarrei sua cintura e falei no
Ouvido:Você está bem?

Caótica, capitulo.2 "Os Demônios se Reconhecem".


LOLA
Fiquei paralisada ao seu toque e aquela voz... Parecia uma bela canção sendo sussurrada em meu ouvido esquerdo.
Sem me virar, olhei as mãos do desconhecido que ainda permaneciam em minha cintura.
Eram mãos grandes, com dedos compridos e unhas bem curtas.
Voltei a realidade.
Alguém que eu definitivamente não conheço estava me tocando! Quem ele pensa que é?
Tirei suas mãos do meu corpo e por fim me virei furiosa para ver quem foi o babaca que tinha me agarrado, me fazendo permanecer no lugar que eu agora queria mais era estar bem longe.
Eu travei de novo.
A minha frente encontrei um garoto alto, devia ter 1,80 mais ou menos,já que parecia ser da mesma altura do meu ex Alex,também, a semelhança de um para o outro acabava por aí.
Alex é lindo,mas sua pele é  bem branca como a minha, olhos castanhos tão claros, quanto seus cabelos encaracolados.
Seu nariz é pequeno e sua boca rosada e carnuda, Deus...como eu adorava beijar aquela boca que hoje vi colada em outra...
Já o desconhecido a minha frente tinha uma pele morena, como café com leite, isso me deu vontade de prova-lo...amo café com leite e se ele for tão gostoso quanto...Huuum...
Seu cabelo preto e liso estava espetado para o alto.
Seu nariz não era grande, mas tinha traços fortes e masculino.
Sua boca perfeita era tão carnuda quanto a de Alex, mas não era rosada e seus olhos eram muito, muito negros, como túneis onde você se perde rapidamente, por não avistar uma luz, uma saída.
Eu tinha certeza, já estava perdida, condenada por aqueles túneis.
Ai papai do céu, de onde saiu este Deus...ou Demônio? 

-Ei, perguntei se você está bem, você me ouviu?
Depois de não sei quanto tempo hipnotizada por aqueles olhos ele me diz.
-Hum... É q-que eu, eu, e-eu... gaguejei nervosa.
Qual é o meu problema? Não consigo pensar direito depois de copos e mais copos de álcool, depois de vim parar em uma festa num fim de mundo quando descobri por Elisa, minha melhor amiga que Alex estaria aqui.
Não poderia estar mesmo bem depois da" festa do passar a mão"e a brincadeira do"Você chupa a minha língua e eu mordo a sua" que o Alex e aquela" Vagaranha" estavam fazendo.
O que eu pensei, que por acaso me vendo aqui ele me amaria de novo e se jogaria em meus braços pedindo pra voltar?
É, foi exatamente isso que pensei, confesso, e agora esse desconhecido maravilhoso na minha frente só estava piorando as coisas!
Balanço a cabeça de um lado para o outro, tentando retirar essa confusão dos meus pensamentos, olho uma ultima vez aqueles olhos e saio sem responder sua pergunta.
Quando já estou fora de toda aquela confusão, respiro fundo e encosto em uma pilastra do casarão, minha cabeça ainda gira, me sinto acaba, como se estivesse no meio de uma pista de corrida e centenas de corredores tivesse me pisoteado de uma só vez.
Preciso ir pra casa, preciso esquecer a festa, o Alex, o garoto de olhos negros...
Acho que o espírito"Lorena vira uma vadia depois de um pé na bunda"só pode estar querendo se apossar do meu corpo!
Nunca me interessei por ninguém além do meu ex, nem antes dele, nem estando com ele e agora que terminamos e vim atrás dele, me aparece esse maldito garoto lindo que me faz pensar em certas coisas que...deixa pra lá.
Enfio a mão no bolso de trás da minha calça jeans e surpresa!,esta vazio.
-Não! Eu falo apavorada.
Meu celular devia estar no meu bolso! Como vou poder avisar mamãe que ela tem que me buscar agora?
Olho em volta para ver se caiu no chão, passo a mão pelos bolsos da minha calça de novo, nada.
Eu trouxe o celular, não trouxe?
Lembro de estar no meu quarto lendo um dos meus livros preferidos"Nascida a Meia-noite" e meu celular começou a tocar, era a Elisa me avisando que rolaria uma festa hoje no casarão e Rafael seu namorando lhe falou que Alex estaria lá, não era muito perto do meu bairro, mas sabia muito bem onde ficava e mais ainda,eu sabia que eu estaria lá também!
-É a minha chance! eu pensei.
Depois que Lisa me contou tudo, joguei o celular na minha cama e fui correndo me arrumar e implorar para que minha mãe me levasse  a tal  festa .
Mamãe olhou as horas pelo nosso relógio de parede na sala, 10:30 da noite ele marcava, ela fez cara feia.
-Mãe, por favor! O Alê vai estar lá ,você sabe que não estamos bem...essa é a minha chance de tentar acertar as coisas,de mostrar pra ele como a gente dá certo e que ele está errado de ter terminado do nada comigo.
Minha mãe suspira e me olha com uma expressão triste.
-Lola...eu não...
-Mãe!  eu não estaria pedindo tanto se não fosse importante!
-E o Alê me trás de carro pra casa e tudo vai ficar bem de novo!não vou demorar, juro, vai...por favor!
Depois da merda toda que aconteceu na minha vida,minha mãe e Alex eram as coisas mais importantes para mim,nunca desistiria dos dois em quanto achasse um fio de esperança que eu pudesse me segurar e era isso que eu estava fazendo. Mamãe sabia disso e tenho certeza que esse foi o único motivo que a fez ceder,mesmo eu tendo certeza que ela já sabia o que eu não queria enxergar: O meu namoro não teria volta.
-Ai Lola, está bem, está bem, vamos, mas não demore! prometa!
-Obrigaaada,Prometo,não vou demorar,Te amo minha gatona!
Eu grito lhe agarrando em um abraço de urso.
Saio pela porta saltitando atrás de minha mãe e assim entramos no carro em direção ao casarão e... espera!
-Merda, merda, merda! Esqueci o celular em cima da minha cama.
 Eu falo pra ninguém ouvir.
Estou fodida eu penso, como vou embora pra casa? 
-Deus...minha mãe nunca mais vai me deixar sair de casa,não antes dos 30!
Eu digo para o nada de novo.
 A minha ideia de ir embora com o Alex está fora de cogitação, seria humilhação demais , não conheço ninguém que esteja nessa maldita festa, estou sem celular e nem sequer um maldito ônibus aparece a 1:30 da manhã!
-Maldição!Estou mais que fodida, estou morta, minha mãe vai me matar por deixa-la a noite toda preocupada e sem dormir.
Sento no chão ainda encostada na pilastra do casarão,sem saber o que fazer e como uma pirralha de 7 anos eu começo a chorar.

Caótica Capítulo3 " O Perdão pelos meus pecados"



LUCAS
Depois de me olhar como se tivesse acabado de encontrar um fantasma, a maluca me deixa no meio da pista de dança sem falar comigo.
Qual é o problema dela? Se acha boa demais para falar comigo?
-A não... Isso não vai ficar assim, ninguém nunca me deixou falando sozinho e não vai ser uma doida varrida(e incrivelmente sexy garota) que vai me deixar falando sozinho.
Vou em direção a saída e espero conseguir alcança-la, quero confronta-la, saber o que eu fiz para ela me ignorar daquele jeito, afinal, a única coisa que fiz foi lhe perguntar se estava bem.
-Você é um idiota Lucas, por ter se preocupado com ela. 
Eu falo baixinho entre os dentes para mim mesmo.

Passando pela multidão, chego em fim do lado de fora do casarão, olho em minha volta procurando por ela e quando a encontro encolhida em uma pilastra como uma pequena criança assustada, minhas defesas são todas jogadas ao chão.
Ela não vê que estou me aproximando dela, claro, suas pequenas mãos com pequenas unhas pintadas de preto escondem seu rosto, ela está chorando.
 Deus, eu quero pega-la no colo, beijar seus cabelos e dizer que tudo vai ficar bem.
Quero cuidar dela, faze-la parar de chorar e acabar com a raça de quem a deixou assim.
Agora estou tão perto dela que realmente poderia beijar o seus cabelos se quisesse, mas não faço.
Em vez disse ponho as mãos no bolso da minha calça jeans preta e falo:
 -Posso te ajudar?
Ela levanta rapidamente, parece assustada e sem jeito por eu ter visto ela nesse estado.
Virando de costas pra mim para esconder suas lágrimas ela me pergunta:
-O que você está fazendo aqui? Não tem nada melhor pra fazer não?
-Na verdade não e também você não respondeu as minhas perguntas.
Ela se vira para me olhar, não está mais chorando, mas seus grandes cílios estão humidos e seu nariz um pouco vermelho, continua linda.
- Q-que perguntas?
-Bem, primeiro eu perguntei lá dentro se você estava bem e você saiu correndo de mim como o diabo foge da cruz e minutos atrás eu perguntei se posso te ajudar.
-Hum... Não e não.
-O que? Eu pergunto.
Ela suspira e me responde.
-Não eu não estou bem e não você não pode me ajudar.Obrigado por perguntar, mas você pode voltar pra festa.
Ela está me dando um fora?
Era isso que eu devia fazer, voltar para a festa e esquecer que vi esta garota, esquecer que ela me deixa louco dês do momento que a vi dançando sem se importar com nada a não ser a música possuindo-a.
 Fingir que nunca senti meus olhos queimarem por ver tanta beleza e meu coração acelerar por apenas encontrar ela naquela multidão.
Esquecer ou apenas tentar e voltar ao casarão deixando-a para trás.
 Seria tão fácil..Então porque não consigo fazer isso?
-Não vou deixar você aqui sozinha.
-Sem parecer mal educada, mas não me sentiria melhor com um desconhecido que poderia muito bem ser um psicopata do que sozinha.
Ela está certa em certo ponto, mas não sou psicopata e não vou deixa-la só, só quero cuidar dela...como posso provar isso?
-Eu não sou um assassino em série ou nada parecido, só quero te ajudar porque percebi que você não está bem e está sozinha.
Lágrimas voltam aos seus olhos e ela abaixa a cabeça para esconder.
-Você está indo embora? Eu lhe pergunto.
Ela confirma com a cabeça que sim.
-Você está sozinha?
As lágrimas escorrem pelo seu rosto e ela as limpa rapidamente com as mãos . ela não me responde.
-Alguém vem te buscar?
Ela balança a cabeça que não e começa a chorar, esconde mais uma vez as mãos no rosto e vira de costas para mim.
-Ei, não chore está bem?
Eu a viro para mim e tiro as mãos que escondem o seus rosto, ela abaixa a cabeça, não quer olhar pra mim.
De repente se afasta e parece furiosa.
-Qual é o seu problema? Você nem me conhece, vai embora! Ela me diz entre soluços.
-Não seja por isso, prazer, Sou Lucas. Estendo minha mão a ela esperando que ela também se apresente.
Por um segundo acho que ela não vai falar mais nada e me golpear com um chute bem no traseiro como fazem com cachorros de rua indesejados, mas por fim ela estende sua mão para apertar a minha, me encarando e pela primeira vez aqui fora do casarão ela olha em meus olhos.
-Eu me chamo Lorena, mas todo mundo me chama de Lola.
Seus olhos...Como pude me enganar tanto achando que seus olhos eram simplesmente negros?
É como dizer que o inferno é um paraíso.
Aqui fora na claridade das lâmpadas dos portões, longe da escuridão interna e luzes psicodélicas do casarão, seus olhos são de uma cor animalesca, olhos quase amarelos como de uma loba feroz, como os raios de Sol no dia mais quente de verão, tão amarelos como chamas de um fogaréu faminto para queimar tudo e todos que tocar.
 Eles também me lembram mel e caramelos, porque lá no fundo de tanto fogo vejo tanta doçura que morreria  como uma criança feliz se antes me acabasse neles.
 Nunca vi nada parecido e para completar, Lola tem leves sardas no nariz e  nas bochechas, como se tivessem lhe salpicado canela no rosto, nossa...eu quero lambe-la aqui e agora!
-De,d-de onde você veio garota? Eu lhe pergunto.
 Porque ela não pode ser  real,ela não parece com nenhuma garota que eu já conheci,o desejo que sinto por ela não é deste mundo, o que ela me faz sentir dês da primeira vez que eu a vi... 
Deus, perdão pelos meus pecados,mas não brinque comigo enviando seu mais lindo anjo assim!
-Como? Ela me pergunta tirando as mãos da minha mais rápido do que eu esperava.
Droga, eu devo ter lhe olhado como um maluco, será que ferrei tudo? Pensa Lucas, pensa...
-Desculpa, é que seus olhos...tem uma cor diferente. Digo totalmente perturbado..
-Ha, tudo bem. Isso as vezes acontece... Ela diz sem jeito.
É pra parecer normal Lucas,lembra?
-Então,o que eu queria mesmo dizer é que vou te levar pra casa, fomos apresentados, nada mais de desconhecidos e não vou mesmo te deixar sozinha aqui.
Lorena desvia o olhar e não responde, ainda não confia em mim.
-Vamos lá Lola, juro que não vou te fazer mal, só quero que você chegue em casa segura.
-Obrigado Lucas, mas não acho uma boa ideia, você me ajudaria muito, muito mesmo se tivesse um celular que pudesse me deixar usa-lo, já que esqueci o meu em casa,poderia pedir para me buscarem.
Diga  que você não tem celular nenhum Lucas e você será a única opção dela para ir para casa!!!
Uma parte incrivelmente enorme de mim grita essas palavras nas alturas em minha cabeça.
Demônios, saiam da minha mente! Grito na mesma altura aos meus pensamentos.
-Claro Lola, aqui, ligue para quem você precisar. Digo colocando em suas mãos o celular que acabara de tirar do bolso traseiro da minha calça jeans.
Um sorriso se forma em seus lábios e alívio aparece em seu rosto.
-Obrigada Lucas, serei breve!
-Fale o quanto precisar, estarei aqui.
Lola digita um número no celular logo pondo-o em seu ouvido, esperando que alguém atenda.
Então, alguém atende.
-Mãe, sou eu... Você pode vir me buscar?
23 minutos depois, Lola já está indo em direção ao carro de sua mãe ,eu presumo.
De onde estou não consigo ver muito dela  a não ser a preocupação em seu rosto.
Lola vai até ela, lhe diz algo ao ouvido e a beija no rosto, em seguida ela vem em minha direção,parando a pequenos passos de mim..
-Obrigado por não ter me deixado Lucas. Lola me diz sorrindo, suas bochechas corando, mostrando o quanto ela está envergonhada.
Não te deixaria nunca se você me pedisse. É o que vem logo em minha mente.
-De nada Lola, não foi nada. Isto é o que eu digo.
-OK, agora eu já vou.
E assim minha maluca entrou naquele carro e se foi.
Uma horrível sensação toma conta de mim. Porque? O que é isso?
Ainda não sei, mas pode ter certeza que eu vou te encontrar de novo Lorena.

Caótica-Cap4 "Confiar"



Lola
Sonhei com ele.
Lembro-me de não conseguir ver nada a não ser repleta escuridão.
Meus olhos estão fechados?
Antes que eu os tente abrir, sinto algo quente e úmido dentro de minha boca.
Uma língua brinca internamente em minha boca procurando pela minha, que por fim se entrelaçam uma na outra.
 Jesus do meu lindo céu azul! Não quero que ele pare.
Por isso, aprofundo nosso beijo forçando sua boca a minha, chupo sua língua, estou faminta por ela e isso o faz gemer.
Em resposta a minha provocação, sinto seus lábios extremamente carnudos sugarem meu lábio inferior, me fazendo ir a loucura.
Alex nunca me beijou tão faminto assim, o que deu nele?
Logo os pensamentos me fogem a mente, pois é neste momento que ele me ergue com seus braços, fazendo com que minhas pernas abracem seu abdômen rígido, ele está louco de desejo, eu também estou.
Mordo seu lábio e corro minha mão aos seus cabelos, procurando perder meus dedos em seus cachos, não os sinto.
Em vez de sedosos cachos, meus dedos deslizam em um cabelo liso e muito,muito sedoso.
-Lorena, o que você está fazendo? A voz alterada de Alex chega aos meus ouvidos.
Assustada e sem entender nada, abro imediatamente meus olhos.
Espanto me percorre a face, gelo paralisa meu sangue.
Olhos como dois túneis negros me encaram, ainda estou em seu aperto, nossos lábios ainda selados.
Não é Alex, mas Lucas quem eu estava beijando.
-Lorena, o que espera? Explique-se agora! Alex berra ainda mais alto, me deixando mais atordoada.
Desesperada, tiro meus lábios dos de Lucas ,me soltando de seus braços com intenção de me explicar a Alex.
 Não faço ideia de como tudo aconteceu, de como fui parar aos beijos com Lucas e nem de como fui parar nessa situação constrangedora .
Ando em direção ao meu ex, porem antes de alcança-lo Lucas agarra meu braço ,impedindo-me de me afastar muito dele e ao seu toque todo o mundo volta ao seu sentido, como se Alex nunca tivesse passado pela minha vida, como se nunca tivesse destruído meu coração,como se Lucas ao me tocar apagasse toda dor, toda raiva, todo medo e só existe amor, amor e amor.
Então não luto contra seu aperto, volto-me para ficar ao seu lado e ele pega minha mão, nossos dedos se entrelaçam, tudo me parece certo.
-Lola, amor, está escolhendo este aí em vez de mim? Diz Alex com a voz carregada de dor.
Lucas segura fortemente minha mão,seu rosto mostrar a fúria como resultado por tais palavras ditas.
-Você teve sua chance seu babaca, nunca mais a chame de seu amor! Lola agora pertence a mim e fomos destinados um ao outro!
 POFT!
Acordo estatelada no chão.
-Au! Minha testa dói com a pancada e meu cotovelo direito também.
-Lorena, você está bem filha? Minha fala por trás da porta do meu quarto segundos após meu repentino tombo.
Levanto-me rapidinho e me jogo na cama de novo.
-Estou sim mããe, só tropecei no tapete! Digo tentando soar o mais natural possível mesmo depois daquele maldito sonho.
-Posso entrar querida?
-Claro.
 Mamãe entra e senta-se aos meus pés na cama,em seus lábios vejo um caloroso sorriso,já em seus olhos vejo cautela,preocupação,ela está preocupada com tudo que aconteceu ontem .
-Bom dia!
-Bom dia mãe.
-Dormiu bem, teve bons sonhos?
Oh! Se ela soubesse o que eu sonhei...
-Sim, perfeitamente maravilhoso. Respondo sarcasticamente.
-Conte-me tudo Lola, sei que ontem a noite você realmente não estava pra conversa, mas sou sua mãe, quero o seu bem e de agora você não escapa mocinha!
Continuo não querendo conversar, mas não posso fugir do que realmente aconteceu e nem de um interrogatório de Dona Helena logo pela manhã. 
Olho para minhas mãos que repousam sobre minha colcha de cama,menos para os olhos da minha mãe,não quero que ela veja a minha dor,encho o peito de ar e coragem e assim começo a falar.
-Deu tudo errado, eu achei que ele ainda me amava, que era só uma fase, mas não, eu estava tão enganada,ele não me ama mais mamãe!
-Fui atrás dele como uma idiota, só para vê-lo me tratar como a "Mulher Invisível" e me humilhar se esfregando em uma "Vagaranha Gostosona".
Ódio e vergonha dominam meu corpo.
Ódio por Alex e por como terminou nosso namoro, ódio por ama-lo e por nunca, nunca ter pensado que ele faria tal coisa comigo e vergonha, por tudo que ele me fez noite passada depois de tudo o que vivemos nesses 3 anos que estivemos juntos.
Nunca faria com ele o que ele fez comigo, mesmo se não o amasse mais o respeitaria e ao que vivemos.
E como esquecer tudo o que vivemos?
Foi a um pouco mais de 3 anos, mas parece que foi ontem.
Alex tinha acabado de se mudar para a casa logo ao lado da minha com seus pais o Sr. e Srª. Dias.
Naquela tarde alguém tocou a nossa campainha, ao abrir o portão de nossa residência, Alex estava lá.
-Boa tarde, acabei de me mudar para casa aqui bem ao seu lado, você teria uma chave de fenda para me emprestar?
-Oh, sim... Espere só um estante...???
-Alex Dias, prazer!
-Lorena , Lorena Novaes.
Não teve toque algum, apenas ele sorriu para mim e eu retribui o sorriso e ambos ficamos como estátuas olhando para cara um do outro.
-É, bom, vou lá dentro pegar a chave de fenda e já volto! eu lhe  disse meio sem jeito.
Depois disso ficou mais fácil, tanto eu como ele tínhamos 16 anos, frequentávamos o mesmo bairro, a mesma escola e até os mesmo amigos.
Nosso primeiro beijo foi no portão da minha casa.
Nosso primeiro amasso atrás da quadra da escola.
O primeiro "EU TE AMO"dele estávamos sentados no sofá da minha sala, comendo pipoca e vendo"10 coisas que eu Odeio em você" meu filme preferido.
Já o meu primeiro "EU TE AMO" escrevi no caderno dele.
E a nossa 1 vez fazendo amor foi no quarto dele.
-Ai Alex, eu não sei... E se seus pais chegarem?
Eu morro de infarto mega fulminante do coração!
-Está tudo bem Amor, só deixe tudo acontecer... Você quer?
-Eu quero, mas...  e se não for a hora certa e se doer e se eu não souber o que fazer e depois você me deixar?!
Alex me beija calorosamente,me deitando em sua cama e me petrifico.
Não demorando muito vem ao meu ouvido e me diz cada palavrinha em um sussurro,como se fosse um segredo meu e dele o que iria me falar.
-Temos 17 anos e somos virgens Lola, mas isso não é o mais importante, quero que você seja minha primeira e única, temos quase 1 ano de namoro, nos conhecemos tanto Amor e eu nunca te deixaria, nunca!
-Então vamos nos entregar,faça amor comigo Lola,faça!
 Eu acreditei em cada sílaba que saia daquela boca que eu tanto amava e me entreguei.
Maldito seja por suas falsas palavras e falsas promessas!
Realmente acreditei nele, realmente pensei que seria pra sempre, mas tudo mudou a dias atrás.
-Lorena, precisamos conversar.
Lorena? Alex nunca me chama assim.
-O que foi Alê, tem algo errado?
-Acho que deveríamos dar um tempo Lorena.
-O-o-oque Alex?
Alguém puxou de mim o chão sobre meus pés e eu caí no absoluto nada.
Senti meu corpo fraquejar, minha garganta se fechar e meus olhos arderem,eu só podia ter ouvido mal,só podia ser isso.
-O que está me dizendo?Por-porque Alex? O que eu fiz?
-Não é nada com você Lola, apenas acho que passamos tempo demais juntos, já faz 3 anos que nos relacionamos e nunca tivemos mais ninguém, você não acha?
-O que você quer dizer? Eu não te satisfaço? Você enjoou de mim?
-Claro que você me satisfaz! Mas comecei a pensar em como seria transar com outras meninas, você nunca pensou em como seria transar com outros caras?
Me sinto estupefata, como ele ousa?
Dou-lhe um tapa em cheio na face, ainda não acreditando no que acabei de ouvir.
-Não seu desgraçado de uma figa,pra mim sempre foi você!
Alex me olha surpreso, sua face marca meus 5 dedos, ele alisa o local mais como uma carícia e isso me deixa mais enfurecida.
-Como pode pensar isso de mim seu pervertido de merda?
Depois destes anos juntos você ainda não me conhece?
Pelo jeito não né Alex? Porque eu acabei de ver que eu também não lhe conheço!
Eu quero espanca-lo, lhe xingar de todos os malditos nomes que me lembrar, quero dar a ele a mesma dor que está me dando por cada atrocidade que acabou de me dizer, mas não tenho forças, estou quebrada, só quero que ele suma da minha frente e eu possa chorar, chorar e chorar.
-Lola, deixe-me mais uma vez tentar te expli...
-Cala a boca Alex e suma daqui!
-Não Lola, , deixe me...
-Quer que eu te esbofeteie mais uma vez? Suma!
Desta vez ele não insiste e se vai, levando com ele a Lorena forte que eu tentei mostrar na sua frente, porque a que aqui permaneceu está fraca, como uma casca vazia e só quer se deixar cair ao chão.
Lembrando de tudo devo ter começado a chorar e nem percebi, sinto meu rosto molhado e quente, não tem como disfarçar,sei que minha mãe viu o quanto estou mal.
-Ó querida, não chore! Minha mãe diz docemente e me abraça. 
Retribuo o abraço lhe apertando tanto como se nunca fosse lhe deixar sair de meu alcance,não quero que ela tenha mais uma dor para jogar em seus ombros,não depois do que ela passou por meu pai, o bastardo do Alex não merece isso vindo nem de mim e nem de minha mãe!
-Tudo bem mãe, hoje ainda dói, mas amanhã vai passar.
 Sim, vou fazer passar e nunca mais confiarei em ninguém de novo,nunca mais entregarei meu coração, nunca mais vou amar.

Caótica - Capitulo 5 "Expectativas"



Lucas.

Sonhei com ela.
E estava tudo perfeito, até outro cara aparecer na história lhe chamando de amor.
Ah cara...isso me enfureceu, fazendo com que logo eu acordasse do sonho mais gostoso da minha vida.
Olho em volta e meu quarto parece o mesmo, exceto pelas novas paredes que cercam a mim e as minhas coisas.
Tento relaxar deitando-me na cama de novo.
Imediatamente volto a lembrar do sonho e em como estávamos.
Fecho meus olhos e por um momento desejo dormir para sempre se for para sonhar com ela.
Seu corpo pressionado no meu, suas mãos passando pelos meus cabelos, sua língua...Deus, sua língua acariciando a minha e eu só queria estar mais dentro dela.
-Foi só um sonho Lucas, só um sonho... -  Lembro a mim mesmo e o desânimo me toma.
Isto nunca passará de sonhos, nunca poderei tê-la e senti-la como quero.
Não sei nada sobre ela a não ser que, se chama Lorena Novaes e que anseio para tê-la no segundo que pus os meus olhos nela.
Não sei onde mora, o que faz, do que gosta.
Não sei porque chorava, ou o porque de está sozinha naquela festa.
E não sei mesmo porque tentou me afastar todas as vezes que me aproximei.

Desisto de continuar deitado.
Preciso me levantar agora e tomar uma ducha gelada.
Meu corpo todo está rígido de tanto desejo e frustração .
Levanto-me com se pesasse 300 quilos - vou rastejando ate o banheiro onde tiro minha camiseta e box do corpo, me jogando abaixo da agua fria do chuveiro.
Se eu pensava que uma ducha fria me ajudaria, estava estupidamente enganado!
Continuei a pensar no meu sonho e de como seria maravilhoso se eu pudesse prova-la de verdade.
Lhe olhar, poder a tocar, lhe sentir.
Necessito lhe sentir e isto está acabando comigo.
Meu corpo se enrijece de novo e doí para tê-lo dentro dela,quente e úmida por mim.
Necessitando tanto de mim, como estou por ela.
-Tenho que encontra-la, tenho mesmo que encontra-la antes que enlouqueça!
Trinta minutos de ducha tentando me aliviar de "minhas dores" e quase três dedos quebrados por socar a parede de azulejos do tão bem novo e cuidado banheiro, seco-me com a toalha e me visto o mais rápido possível.
Preciso sair de casa, me distrair, voltar a sã consciência e depois procura-la.
Desço as escadas correndo, pego minhas chaves indo em direção a porta.
É domingo, por isso espero que meu pai ainda esteja dormindo, o que não é muito provável...ou que já tenha saído pelo seu tour a nossa nova cidade como ele me disse que faria.
Papai quer ir a todos os lugares que mamãe tanto amou neste lugar.
Insistindo em uma promessa antiga, uma tentativa de aliviar a dor por não a ter cumprido quando ainda tinha tempo.
Enquanto mamãe ainda estava viva.
Ele me convidou para lhe acompanhar,eu recusei.
Ainda é novo para mim ter meu pai assim tão presente em minha vida.
Não que ele fosse um mal pai, mas sempre foi muito reservado e trabalhava demais.
Compartilhar tudo  ao meu lado era o trabalho da minha mãe.
Agora tenho um pai que está sempre preocupado comigo, sempre disposto a conversar, que não se intimida mais em demonstrar sua emoções e todo final de semana está em casa.
Estou tentando,como meu pai, fazer isso dar certo.
Porque sinto que está sendo sincero e alem do mais,achei melhor que fosse sozinho.
Essa primeira vez é somente dele e da mulher que ele ainda ama, algo íntimo para ser compartilhado a dois.
E quando eu estiver preparado, será o meu momento com ela.
Meu  momento mãe e filho.
-Ótimo, esta tudo quieto - já deve ter saído.
Não queria ter que lhe dar explicações de onde vou ou o que farei e agora é só fechar a porta e...
-Isso, estou fora!
Entro no meu Prisma prata e dirijo sem rumo.
Olho em minha volta com a esperança de ver cabelos tão negros como a noite ou olhos amarelos como uma loba.
Não encontro nada.
Voltei as proximidades do Casarão, quem sabe ela não viva  por lá?
Mas mais uma vez, nada.
Percebo que, o que estou fazendo é muito idiota.
Não é porque estou procurando por ela, que magicamente Lola irá aparecer bem em frente aos meus olhos!
Acabo indo tomar café em uma pequena padaria e fazendo uma parada na casa do André.
Não é bem uma casa, mas sim um "apertamento".
Seu apartamento de apenas um quarto com banheiro e uma mini cozinha, parece ainda menor quando entro e encontro mais três cabeças esparramadas pelo chão jogando Vídeo Game.
-E aí cara! Me cumprimenta André e eu retribuo com um barulhento toque de mão.
Marcelo vem logo me cumprimentar também , esta tão sorridente que me faz crer que a qualquer momento seus lábios vão se rasgar por tal esforço.
-Lucas, você perdeu cara, peguei a maior gostosa! - A maior gostosa cara!
-Deixa só eu te contar como foi...
-Marcelo, de novo? Todo mundo já sabe como você está radiante pela sua primeira transa dês de quando perdeu a virgindade ano passado, mas já deu... -  Até eu já sei de cor tudo o que rolou como se eu tivesse participado da coisa!
Diz o garoto branco, de cabelo castanho escuro e olhos verdes.
-Vá-te a merda Eduardo, estás com inveja! Marcelo o da um soco no ombro e logo começa a falar de novo.
-Não liga pra esse otário não Lucas e por falar nisso, o otário é mais conhecido como Eduardo!
-Otário é o cacete Marcelo! Diz Eduardo pausando seu jogo e vindo até mim.
Me estende uma mão e se apresenta.
-Como a criança deslumbrada pelo novo brinquedo disse, sou Edu.
Apertamos as mãos.
-Sou Lucas.
-Você joga? Edu me pergunta,
-Claro! Porque não? 

Continuação CAP.5 - Caótica "Expectativas"



LUCAS
Depois de tanto jogar Assassin's Creed, algumas cervejas , que os caras beberam - muitas latinhas de Coca-Cola, que eu bebi e ouvir mais de três vezes o Marcelo contar a noite mais maravilhosa de todos os tempos, me despedi de todos e fui para casa.
Apesar do meu plano idiota de encontrar Lola ter falhado, eu me distrai e claro, me diverti muito indo até o apartamento do André.
No tempo em que estive lá, meu pai me ligou 2 vezes para primeiro:
Saber onde eu estava e segundo:
 Se eu estava bem e quando iria voltar.
Entro em casa e encontro papai sentado em sua velha poltrona na sala, vendo o Tele Jornal na TV.
-Ah, você chegou! 
-Boa noite pai, desculpa ficar o Domingo quase todo fora, fui a casa de um novo amigo e me distrai.
-Tudo bem filho, espero que tenha se divertido - São aqueles dois garotos da faculdade?
-Sim, Marcelo e André, tinha mais um cara do prédio deles, mas o cara também é legal.
Papai balança a cabeça em sinal positivo.
-Bom, muito bom que você já está se adaptando.

Me sento no nosso sofá marrom de couro,escolha da minha mãe e lhe pergunto como foi seu dia hoje.
-Foi muito bom, consegui achar a casa que um dia seus avós e mãe viveram - Está um pouco diferente de como ela me contou que era - No lugar do cercado, agora tem muros e um portinhola de ferro, as janelas que eram de madeira, agora são de alumínio, mas o pé enorme de goiabeira que sua mãe tanto subia estava lá, isso me deixou muito feliz
Meu peito dói só de ouvir meu pai contar tudo.
Meus avós a muito tempo já se foram.
 Esse foi o motivo da mamãe não ter aguentado ficar aqui,vendeu sua casa e foi começar do zero na cidade grande em São Paulo e nunca mais voltou.
No início era por não se sentir bem com a dor das lembranças que o lugar lhe dava, depois quando a saudade falou mais alto e ela quis voltar, meu pai nunca tinha muito tempo para ficar em casa e muito menos para viajar
E quando eu reclamava de sua ausência em nossas vidas, ela me dizia que papai também sentia por não estar conosco, mas fazia isso para nosso bem, para termos uma vida e futuro melhor.
Deixo as lembranças de lado e foco minha atenção em nossa conversa.
-Que bom pai,fico feliz pelo senhor - Se não se importa, vou subir para o meu quarto, tomar um banho e me deitar - Amanha tenho aula e pretendo achar logo um novo emprego, não quero que  arque com todas as despesas e ainda mais a mensalidade da faculdade.
-Faca como quiser filho, se é isso que queres - Tenha um bom descanso, daqui a pouco também irei me deitar. 
Levanto-me, dou boa noite ao meu pai e começo a subir as escadas quando ele me chama.
-Lucas?
Paro e olho em sua direção.
-Oi pai, algum problema?
Ele me olha, suspira e por fim fala.
-Desculpa por tudo que fiz e agora por isso - Você não tem culpa pelos meus erros e mesmo assim lhe trouxe para cá por causa deles - Obrigado por me apoiar  e nunca jogar isso em cima de mim.
Surpresa me percorre, não esperava tais palavras vindas dele.
Mas mais surpreso fico comigo mesmo pela minha resposta.
-Somos só eu e você, ainda somos uma família e família de verdade apoia uns aos outros, sempre.
Papai sai de sua poltrona, sobe cada degrau até chegar a mim.
Seus olhos brilham pela emoção e logo seus braços estão a minha volta em um abraço apertado.
-Eu Te Amo filho - Eu e você somos uma família com toda certeza!
Essa é a primeira vez que ele diz que me ama, estou assustado e ao mesmo tempo maravilhado em como essas palavras realmente trazem com ela tão bons sentimentos.
Retribuo o abraço sem jeito e lhe digo que apesar de tudo ele é meu pai e eu também o amo, muito.
Nos despedimos e vou para meu quarto.
 Ao chegar, não faço nada além de me jogar com tudo na cama.
Só quero ouvir o silêncio, observar a escuridão do meu quarto e não pensar em nada.
Algo vibra ao meu lado, é meu celular avisando-me que perdi uma chamada do Pedro, meu melhor  amigo de São Paulo.
Começo a digitar seu número quando algo me vem em mente.
Lola usou meu celular para ligar para sua mãe. 
-Ó Deus, se ela não apagou o número...
Apago o número recentemente digitado e vou direto para chamadas realizadas no sábado .
E,  lá está... Um numero desconhecido por mim, gravado preciosamente em minha ligações.
-É isso caramba! Tenho uma chance, uma chance de falar com ela.
Por um impulso, clico em rediscar e ponho o celular no ouvido.
Meu coração dispara como um louco quando a linha chama.
Chama, chama e chama, ninguém atende.
Estou tendo um ataque do coração?
Porque é essa a sensação que estou tendo!
Meu peito está apertado e meu coração dói.
Estou tremendo e minhas mãos soam.
-Atende, atende... Alguém atenda esta merda!
-Alô?
Puta merda, alguém atendeu!

Caótica - Capitulo 6 "Eu Vejo Você"




 LUCAS
-Alô, quem é?
Deus me ajude, a hora é essa.
-É, boa noite, com quem eu falo?
-Helena, deseja falar com quem?
Helena? Será que é a mãe  dela?
-Com a Lola, a senhora é a mãe dela?
-Ah, sim, sou a mãe da Lorena - Quem deseja falar com ela?
Puta merda, puta merda, vou ter um colapso!
-Sou Lucas, o cara que emprestou o celular ontem para Lola lhe ligar do Casarão.
Uma pausa depois ela responde.
-Aquele menino que estava acompanhado-a quando cheguei?
-Isso, queria saber se ela está bem -  Ja que ontem não parecia estar - Posso...posso falar com ela?
-Só um momento, vou lhe avisar.

Cada segundo passado foi uma eternidade.
E se não quisesse falar comigo?
Logo meus ouvidos tem o breve prazer de um alô, é ela, é Lola.
-Lola?
-Hum...sim.
-É o Lucas, queria...
-Lu-Lucas?- O Lucas de ontem? - No casarão?
Ela está surpresa, posso perceber.
-Sou eu, desculpa te ligar, mas realmente queria saber de você, saber como você está.
Silêncio,um logo um suspiro, por fim a resposta.
-Agora estou melhor, mas...c-como conseguiu o número da minha casa?
Me sinto ruborizar por como peguei seu número e lhe liguei.
-Ficou gravado no meu celular e como você não apagou eu encontrei e resolvi te ligar.
-Hã...entendi - Devia ter apagado, não podia me ligar Lucas.
Sinto como se tivesse sido socado na boca do estômago, falta-me o ar.
Recupero minha voz e lhe pergunto:
-Porque não Lola? - Desculpa se foi errado a forma como consegui seu número -  Queria só me assegurar que estavas bem, ouvir sua voz, te ver.. - Podemos no ver?
-O que? - Não Lucas! - Não podemos nos ver, agradeco de verdade você ter me ajudado e se preocupado, mas nao quero te ver .
 
Raiva me domina e não sei o que fazer.
-Porque não quer me ver? - Fiz alguma coisa que não te agradou? - Sou repulsivo ou não sou bom demais para você me ver ou ao menos conversar?
-Garoto, você é doido ou o que? - Não lhe interessa os meus motivos - Já tenho problemas demais em minha vida - Não quero mais um e você meu amigo... você exala problemas para mim!
Não a entendo, porque pensa assim?
-O que lhe garante que sou mais um problema e não a solução? - Não lhe fiz nada Lola,nada.
-Responda-me e farei de tudo para te mostrar que não mais uma merda na sua vida.
Posso ouvir que ela respira com rapidez, como se procurasse por ar e mais ar.
-É o que senti perto de você e não quero isso perto de mim nunca mais - Não sei o que foi, mas com certeza é só o começo de mais problemas.
Essas são suas últimas palavras antes de desligar o telefone e me restar o som pulsante da linha me informando que a ligação chegou ao fim.
 
-Mas que inferno!
Aperto meu celular com força em minhas mãos.
 Deito-me na cama explodindo de fúria.
-Teimosa, cabeça dura, grosseirona!
Grito para meu celular como se ela ainda pudesse me ouvir no outro lado da linha.
De repente uma claridade envolve meu quarto no qual estava em plena escuridão.
Olho em volta tentando visualizar de onde ele vem e percebo que é da minha janela, esta vindo de fora.
A primeira que coisa que vejo é que a claridade vem do quintal do vizinho a minha frente.
Nele, posso ver uma pequena mesa de ferro com duas cadeiras, ambas brancas.
Um pouco mais a direita, vejo uma casinha feito de madeira um pouco envelhecida.
Consigo ainda ver que foi pintada de branca e rosa.
Devem ter uma criança, penso.
Posso ver flores, muitas flores bem cuidadas em todas as partes.
São Rosas? Acho que sim.
Também vejo agora a esquerda, uma grande árvore de aparência bem antiga por seu tamanho.
A ela está preso um balanço de madeira com correntes escuras , que considero ser pelo tempo.
E é nesta hora que meus olhos se arregalam o máximo que podem conseguir.
Chego mais próximo a janela e mais próximo, como se pudesse me fundir com o vidro dela, tentando não perder nada do que acabo de ver.
Vejo uma menina a se balançar.
Está praticamente de costas para mim.
Posso ver seus pés descalços empurrando o chão de terra com tal força como se quisesse voar, fazendo as correntes rangerem e o balanço ir alto e mais alto.
Usa um vestido azul tão escuro, que quase pensei ser preto a primeira vista.
É  leve e de finas alças, seu cumprimento chega até os joelhos.
Com o vai e vem do seu balançar, o vento o faz subir até as coxas, me mostrando uma das mais belas visões.
Ela esta tão alto que penso que, a qualquer momento essas correntes vão se desfazer.
Suas mãos apertam firmemente a cada uma delas e seus cabelos longos estão por toda parte.
Presos em seu rosto, caídos em sua costas, perdidos em seus ombros, flutuando pelo ar.
Negros, em todo lugar vejo longos cabelos negros.
Minhas pernas me traem, não as sinto.
Parei de respirar, não percebi.
Meus lábios tremem, não permanecem quietos.
É Lola.
Só pode ser ela ou minha maldita cabeça está a brincar comigo!
Hoje, mais uma vez impulsionado pelo meu  desejo por ela, abro a janela sem me importar com nada e
grito seu nome.
-Lorena!
 
 






















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